
E sujo tornou-se
tosqueou as alvas plumas
manchou as limpas vestes
corrompeu cada palavra
tornou negras minhas lembranças
e atirou-se ao lamaçal
E sujo tornou-se!?
Sujo sempre foi
apenas decaiu sua máscara
eu não quis olhar abaixo e ver
que diante dos meus pés
estás o anjo
no chão
no lugar onde agora piso
e sepulto a cada passo que dou em busca de distância
abri os olhos
e senti arder minhas vistas
anjo, voei contigo, porém jamais ei de cair junto de ti
não quero entender
não devo
pois assim serei parte de sua imundice
levanta!
voa pro céu!
voa pra longe!
lima seu corpo das impurezas dos seus propósitos
e quem sabe um dia
me tire do chão novamente.
Um comentário:
Muito intenso, forte, imponente!!! Adoro estas utilizãções do imperativo nos versos: ""levanta!
voa pro céu!
voa pra longe!"
E gosto da sensação de esperança, de modificação... Gosto dessa possibilidade que nos faz pensar "nem tudo está perdido, ainda há luz, embora escassa". Senti isso nestes versos: "lima seu corpo das impurezas dos seus propósitos
e quem sabe um dia
me tire do chão novamente."
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