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Vitória, Espírito Santo, Brazil
Sou ariano torto, vivo de amor profundo.

Memórias do que ainda considero reflexo dos meus sentimentos, explosões de sanidade e flashes do insano. Perdendo temores, curando os ardores de uma vida de dores, rimando baixinho,falando sozinho, tocando um chorinho em busca de amor, vivendo!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Raiva



Não quero que entendas
pois se assim fizeres,
donde tirarei mistério?
Eu quero que me julgue
que me perfure as costelas
que meu sangue faça verter
que pedras lance contra mim
assim conhecerei a sua sede
se matar-me o saceia
morrerá na sequidão
eu caio, e sobre sua face ei de me erguer
calarei os seus falsos sorrisos
não tenho medo de ti
e nem muita coragem
tenho força
vontade
desenfreada é a minha ânsia por abater a sua malícia
porém acalmo minhas vontades
amordaço minhas opiniões
me anulo e na espreita aguardo
dou sentido a clichês
me comparo a personagens
risco meu quadro
desafino a minha música
embriagado prefiro estar
do que em ríspida sobriedade me guiar
que a fumaça deste cigarro
adentre seus pulmões
e sufoque seus bramidos
que seu nome permaneça na sola dos meus sapatos
raiva tenho de mim
pois ainda não a lancei sobre ti
o que é teu
não de direito
e sim por meu desejo
está reservado
contido nesses versos
escritos, descritos, feitos e desfeitos
no íntimo da minha raiva.

Um comentário:

Shayene Machado disse...

Essa foi a manifestação de furor mais eloquente que já li. Uma fúria inspiradoramente poética, impetuosa. O ímpeto da coléra que um amor mal resolvido pode acarretar.

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