
E ali estava
sentado no banco
debaixo do ipê
sem sorriso
estático, inexpressivo
percebi o imperceptível
me acheguei em pensamentos
observei além dos meus olhos
e o toquei sem minhas mãos
o abracei com ternura, de longe
o envolvi, o consolei
os ponteiros estagnaram o tempo
o vento, incólume, cessou seu passeio
o ipê terminou sua dança
e suas flores decaíram feito lágrimas
o sinal abriu
então me afastei
de relance
o vi distante
ali o deixei
intocável
porém até aqui
em mim o carreguei.
Peguei o título emprestado de alguém, que por enquanto, só conheço de alma.
2 comentários:
Essa foi uma descrição precisa de um "íntimo desconhecido". O relato envolvente de uma alma compatível, de um sentimento recíproco. A intimidade mais real. "O amor sem olhos", a vida incolor que se colore cada vez que duas almas capazes de vislumbrar o mesmo horizonte se cruzam.
Conheço a cada postagem uma nova peça do seu "quebra - cabeça" pessoal. E juntando cada parte, um dia conhecerei plenamente esse 'desconhecido' que me complementa em palavras. ^^
Esqueci de dizer no comentário anterior que adorei a imagem. Você não faz idéia do quanto adoro as árvores e o cair das folhas. Desde que li Clarice aprendi a identificar em cada folha que toca o chão um milagre da natureza. Inconscientemente você acabou postando uma imagem que muito tem a ver comigo. Um abraço apetado e um beijo com esboço de sorriso sincero e eloquente ^^
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