
Quebrei as correntes
e mastiguei seus elos
senti o gosto duro do ferro
e amargo dessa liberdade
sozinho, eu e eu mesmo
lutando contra mim e a favor de outros
destruindo o que sempre admirei
riscando histórias
rabiscando caminhos
pisando em falsos amores, que mordem meu calcanhar
sendo fruto das cicatrizes
e não da esperança
estou cansado do jardim cheio de árvores de plástico
dos pássaros de borracha
dos devaneios medíocres
e desses sorrisos sintéticos
e mesmo diante desse palco mal erguido
eu descobri que eu sou real
isso mesmo, não sou falso
não sou de plástico
eu sou real
e não gosto de beijo com gosto de poliestireno revestido
a verdade pode curar
pode libertar
e salvar vidas
mas também pode ferir
machucar
definhar meu coração todas as noites
e todas as manhãs
porém continua a libertar
livre...?
Nenhum comentário:
Postar um comentário